São Paulo e Internacional empatam no Morumbi
- estatísticaposse de bola
O São Paulo dominou - teve 57% contra 43% do Inter. E finalizou mais: 17 contra 10. Mesmo assim, não conseguiu chegar à vitória. - decepçãoD'Alessandro
O meia não repetiu o bom desempenho apresentado contra o Flamengo. Muito nervoso, foi expulso e saiu reclamando do árbitro. - como ficam?longe do G-4...
Com o empate no estádio do Morumbi, São Paulo e Internacional foram a 35 pontos, quatro a menos que o Vasco, que também empatou na rodada.
O Morumbi já estava todo de verde e amarelo, pronto para o amistoso de sexta-feira entre Brasil e África do Sul. Mas o belo cenário não inspirou os jogadores de São Paulo e Internacional. Desfalcados, tricolores e colorados frustraram seus torcedores ao protagonizarem um empate por 1 a 1, nervoso e repletos de erros, nesta quarta-feira, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. Assim, os concorrentes deixaram escapar a oportunidade de se aproximarem do G-4 - permanecem a quatro pontos de distância do Vasco, quarto colocado.
Em vez de um jogo entre seleções, o que se viu foi uma partida comum. Daquelas em que os jogadores até se doam em campo, mas pouco produzem - o público foi de 13.899 pagantes, muito pouco para o time tricolor, que sonha voltar à Libertadores. Os maestros Jadson e D’Alessandro não conseguiam reger seus times. Desafinados, foram o termômetro de um empate que não agradou a nenhum dos lados, assim como a arbitragem do mineiro Ricardo Marques Ribeiro. Dentre os lances polêmicos, a expulsão de D'Alessandro (por suposta simulação) e reclamações de pênaltis não assinalados para os dois lados, além de faltas discutíveis, que travaram o andamento da partida.
Com o resultado, os times mantêm seus postos e seguem a quatro pontos do G-4 – o São Paulo é o quinto, e o Inter o sexto na classificação. Aos adversários, fica a prece para que Lucas, Leandro Damião, Diego Forlán e Guiñazu, desfalques nesta quarta por conta da chamada "Data Fifa", possam trazer o equilíbrio de volta.
Ainda sem suas estrelas, São Paulo e Inter voltam a jogar pelo Campeonato Brasileiro no fim de semana. O Tricolor faz o clássico contra o Santos, domingo, às 16h, na Vila Belmiro. No mesmo dia, também às 16h, o Colorado recebe o Fluminense no Beira-Rio.
Luis Fabiano tenta passar pela marcação de Índio (Foto: Miguel Schincariol / Agência Estado)
Lá e cá
Em vez do tricolor tradicional, o entorno do gramado do Morumbi ganhou as cores do Brasil. Um palco pronto para um jogo entre duas seleções - na sexta, Brasil e África do Sul se enfrentam no estádio. São Paulo e Internacional deram indícios de que poderiam corresponder ao cenário, mesmo sem a presença de seus convocados. Lucas foi substituído por Osvaldo, enquanto Rafael Moura, Dagoberto e Josimar ganharam os postos de Leandro Damião, do uruguaio Diego Forlán e do argentino Guiñazu – cada um a serviço de sua seleção.
O Colorado não tardou a mostrar o cartão de visitas. Rogério Ceni já havia avisado que a bola aérea do adversário era perigosa. Mas o alerta de nada serviu. Em seu terceiro cruzamento, aos sete minutos, Fabrício encontrou Dagoberto livre na grande área, e o atacante não perdoou a falha da marcação tricolor - com um petardo de primeira, acertou o ângulo direito de Ceni e não comemorou. Dagol voltava ao Morumbi depois de cinco temporadas à frente do São Paulo. Foi vaiado ao ter seu nome anunciado no estádio. Deu a resposta com o gol, mas não tripudiou. Apenas levantou os braços e esperou o abraço dos colegas de time.
O gol acordou o São Paulo. Aos poucos, a equipe foi se acertando e não demorou para empatar. A equipe, que investia nas ofensivas em velocidade pelas pontas, errava o último passe ou os arremates. Até que, aos 17 minutos, Osvaldo cobrou com rapidez uma falta e cruzou na medida para o cabeceio de Maicon. Era o troco, na mesma moeda: em uma bola aérea, aproveitando um vacilo da defesa.
O jogo parecia que ia deslanchar, mas o que se viu depois foi um festival de erros e muito nervosismo. Rafael Moura se desentendeu com Rhodolfo. D’Alessandro chegou a tomar um cartão amarelo por reclamação. Aos dois times, sobrava vontade para vencer, mas faltava precisão. O Inter tinha problemas na saída de bola. O São Paulo, que cresceu depois do gol de empate, errava passes e arremates. Luis Fabiano chegou a furar uma bola cara a cara com Muriel. Um retrato do que foram os minutos finais do primeiro tempo.
Dagoberto, do Inter, tenta o desarme sobre Denilson, do Tricolor (Foto: Roberto Vazquez / Futura Press)
Muito nervosismo, nenhum gol e reclamações
A cerca de 30km do Morumbi, Lucas e Leandro Damião, em Cotia, provavelmente acompanhavam pela TV o jogo na concentração da Seleção, com a esperança de verem um melhor aproveitamento de seus times no segundo tempo. E o são-paulino deve ter gostado mais do recomeço. De nada adiantou o técnico Fernandão trocar Rafael Moura, apagado, por Cassiano. O anfitrião abafou o Colorado e não o permitiu atacar.
A marcação pressionada, já no setor de ataque, permitiu ao Tricolor chegar mais vezes à grande área do adversário. Ainda assim, o goleiro Muriel teve pouco trabalho. Quem chegou mais perto do gol foi Rogério Ceni, em uma cobrança de falta que passou a menos de um metro da trave direita.
As seguidas tentativas tricolores nas bolas cruzadas e na velocidade de Osvaldo renderam apenas alguns sustos em Muriel. O Inter então aproveitou para subir ao ataque. Foi quando D’Alessandro caiu na grande área, pedindo pênalti por ter sido segurado por Denilson. Em vez disso, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro entendeu que o meia simulou a falta e expulsou o argentino, que deixou o campo muito irritado.
O cartão vermelho deixou o jogo aberto. O São Paulo partiu com tudo ao ataque e deixou espaço para as respostas coloradas. No entanto, a falta de precisão voltou a falar mais alto.
Depois de 15 minutos iniciais promissores, os nervosos tricolores e colorados pararam nos próprio erros. Aos 37, em rara investida, Maicon se chocou com Elton na área, caiu e pediu pênalti. O árbitro nada marcou, apesar dos protestos dos tricolores.
No fim, mais reclamação por parte dos colorados. Fabricio protegeu a bola próximo à linha de fundo e parecia apenas ganhar tempo. No entanto, com um giro rápido, entrou na área, driblou Willian José e foi ao chão após ser tocado pelo atacante tricolor. O juiz mandou o lance seguir e acabou a partida depois de um contra-ataque sem sucesso do São Paulo.