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A goleadas históricas do São Paulo


A goleada histórica do São Paulo por 9 a 1 sobre o 4 de Julho na 3ª fase da Copa do Brasil entrou no hall de grandes placares da competição. O feito obtido pelo Tricolor nesta terça-feira, no Morumbi, é o quarto maior de todos os tempos e se igualou a outro 9 a 1 aplicado pelo Internacional sobre o Ji-Paraná, de Rondônia, em 1993. O maior massacre no torneio foi a vitória do Atlético-MG por 11 a 0 sobre o Caiçara, também do Piauí, há exatos 30



São Paulo 10 - 0 Botafogo-PB - Copa do Brasil 2001

Homenagem aos Atletas do Título da Libertadores de 1992

A torcida do São Paulo teve boa dose de nostalgia


A torcida do São Paulo teve boa dose de nostalgia antes do início do confronto com o Atlético-MG, neste domingo, no Morumbi, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro. Das arquibancadas, os fanáticos tiveram a oportunidade de rever os ídolos que conquistaram a primeira Taça Libertadores da história do clube, em 1992. Zetti, Pintado, Cafu, Raí e Ronaldão, entre outros símbolos daquele título, entraram em campo com o time titular, ganharam medalhas e foram homenageados.
Uma taça simbólica da Libertadores entrou em campo com o mascote do São Paulo e foi erguida pelos ex-jogadores. No centro do gramado, diversas crianças formaram um círculo no meio de campo e saudaram os ídolos da antiga geração. Rogério Ceni, em recuperação de uma lesão no ombro, entregou uma placa comemorativa a Zetti, que teve atuação histórica ao defender uma batida na decisão por pênaltis da final, disputada contra o Newell's Old Boys, da Argentina.
Contra o Galo, os nomes dos ídolos do passado estamparão as camisas dos atuais jogadores.
Dá tempo de jogar ainda, acho que vou pegar uma chuteira e me inscrever (risos). Depois de 20 anos ser relembrado é uma alegria imensa - comemorou Cafu, em entrevista à Rádio Globo.
Técnico comandante daquele time histórico, Telê Santana, que morreu em 2006, também foi lembrado pelos torcedores, que gritaram seu nome.

Confira a escalação do Tricolor com os respectivos nomes dos ídolos:

22 - Denis (Zetti); 23 - Douglas (Cafu), 13 - Paulo Miranda (Ronaldão), 4 - Rhodolfo (Antônio Carlos) e 6 - Cortez (Ivan); 8 - Fabricio (Suélio), 28 - Casemiro (Pintado), 16 Cícero - (Elivélton) e 10 - Jadson (Raí); 7 - Lucas (Müller) e 9 - Luís Fabiano (Palhinha)

Raí escreve sobre 1º título do São Paulo na Libertadores: 'Inesquecível'



Tínhamos um grupo amadurecido por derrotas passadas, fortalecido por ensaios incansáveis e determinado como todo grande vencedor. Contra o Newell's Old Boys, esperávamos um jogo duro, duríssimo, depois da derrota de 1 a 0 no jogo de ida, mas algo nos dizia que este era o nosso dia. A segurança vinha de uma relação construída por anos. Nada que se consiga em semanas.
São Paulo, campeão da Libertadores em 1992 (Foto: Divulgação / Site Oficial do São Paulo)
No caminho ao estádio, a magia do rugido da massa. O tricolor se transforma em sangue, o símbolo em brasão, e a energia da torcida parece nos carregar. O frisson do ambiente criado pelos aficionados causa uma espécie de ebulição.
No caminho ao estádio, a magia do rugido da massa. O tricolor se transforma em sangue, o símbolo em brasão, e a energia da torcida parece nos carregar"

Raí
O vestiário é nosso templo, ali se via olhos em brasa, sonhos em gestos, companheirismo em saudações. Momentos antes de entrar em campo, mensagens dos líderes e gritos de guerra dão o toque final.
A dificuldade da partida se prolonga mais que o programado, o tão sonhado gol libertador não chega no período esperado. O jogo entra no último quarto de hora, indefinido. É chagada a hora de puro coração, do inesperado, do forçado, de assumir todos os riscos, mais nada a perder. Nessa hora é que se viu o quanto a equipe era madura. Tentamos o tudo, sem nos expor ao nada.
E no desespero dos argentinos com tanta obstinação , nosso talismã, Macedo, é puxado dentro da área. Pênalti. A massa, de quase 110 mil pessoas, vai à loucura. Todos os companheiros comemoram. O único a não comemorar sou eu. O batedor.
Naquele momento em que peguei a bola, depois de alguns incentivos amigos, o mundo se fechou. Ali era eu, ele, o goleiro, e o destino de um clube, de uma geração.
Com uma trilha sonora ensurdecedora, me preparo. Quando dou alguns passos para trás, percebo que o barulho da euforia se transforma em um quase silêncio da expectativa. Corro para a bola, na certeza de ter feito tudo para estar pronto para aquele momento. E com toda confiança de meus companheiros, marco. GOL…
Nem comemoro. Vou em direção à bola, brigo como um leão faminto para recolocá-la em jogo. Sabia que havia um grupo vencedor, pronto para ser campeão da América, que era uma questão de tempo. Não tivemos tempo suficiente para matar ali, precisávamos da disputa nos pênaltis.
O capitão Raí ergue a taça da Taça Libertadores
Quando os cinco batedores foram escolhidos, o Telê perguntou quem seria o primeiro. Sem titubear, respondi que seria eu. Ele ainda insistiu: "Mas você acabou de cobrar um". E respondi: "Pode deixar".
Depois foi uma questão de saber quantas cobranças o Zetti pegaria. O homem que nos garantiu tantas vezes iria nos levar ao título.
Depois da vitória sacramentada, a invasão se transformou em um dos momentos mais marcantes do futebol brasileiro! Uma grande comunhão entre nós e aqueles que tiveram papel decisivo.
Mais que uma grande comemoração, acontecia uma premonição, que ali era apenas o começo de muitas glórias internacionais.Depois de despertar de uma preguiça tranquilizadora, na certeza que toda energia possível havia sido reabastecida, vou ao banho despertador. O aquecimento de um grande espetáculo começava ali. Em meu ritual de guerra, começo com água morna e, pouco a pouco, vou esfriando a água, até chegar a sensação de um choque térmico. Naquele momento vem o aviso, do consciente para os músculos, que naquele dia algo raro vai se passar. Que as primeiras contrações não venham apenas para se movimentar, mas principalmente para se superar. Olho no espelho, e me aprofundo em concentrar que tudo que vem a partir dali é rumo à final, rumo a um final.
Raí, em ação contra o Newell's Old Boys, na final da Libertadores (Foto: Célio Junior / Agência Estado)
Saio do quarto e cruzo companheiros que reforçam meu pensar, e que se fortalecem com minha iNo almoço, não se alimenta, se armazena! Nada além do que possa ser demasiado. Assuntos vagam, sobre o jogo, a vida e amenidades, mas a atenção/tensão já tem destino. Palavras vêm e vão, mas tudo resta superficial, nada pode abalar ou desviar o/do alvo.
Lembro de um dirigente me contar que o São Paulo havia perdido sua única chance (1974), até então, de ser campeão da Libertadores, principalmente porque um jogador tinha perdido um pênalti.
A decisão é à noite, o dia é longo, os minutos compridos, vem uma mistura contraditória de "que venha logo" com "quero mais para estar melhor".
Na preleção, o Mestre nos relembra alguns detalhes do adversário, mas sobretudo do nosso arsenal de possibilidades. Mas na certeza que tudo já tinha sido devidamente trabalhado, nos conforta com histórias de sua vida profissional e curiosidades da profissão. Em uma mistura de tesão/motivação, com maturidade de momentos decisivos vividos.

A Historia do São Paulo Futebol Clube Resumida

    Fundação: 16 de dezembro de 1935
    Estádio: Estádio Cícero Pompeu de Toledo
    Localização: São Paulo
    Campeonato Brasileiro Série A: 1977, 1986, 1991, 2006, 2007, 2008
O São Paulo nasceu com Friedenreich e Araken Patuska no time. Surgiu da brecha que outros dois clubes amadores que não deram bola para o futebol. Em 1900, foi fundado o Clube Atlético Paulistano, de cores branco e vermelho, onde jogava Friedenreich. Havia também a Associação Atlética das Palmeiras, em branco e preto. Em 1930, sócios dos dois lados se juntaram para fundar o São Paulo da Floresta. Em maio de 1935, o São Paulo se juntou ao Tietê. Vinte dias depois, em 4 de julho, sócios do Floresta criaram um novo time, o Clube Atlético São Paulo, que teve seu nome alterado naquele mesmo ano de 1935 para São Paulo Futebol Clube. Nascia definitivamente um rival para os também recém-criados Corinthians e Palestra Itália. O São Paulo se fundou com o Estudante Paulista, arrendou o Estádio do Canindé e contratou o grande jogador da época: Leônidas da Silva. Em 1952, o presidente Cícero Pompeu de Toledo inaugurou a pedra fundamental do Morumbi.